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quarta-feira, maio 24, 2006





















Entrevista "Spider Man"


Com mais de 270 milhões de dólares feitos, só nos EUA, “Spider-Man 2” conseguiu algo notável. Bater o seu próprio antecessor, não só monetariamente mas a nível de qualidade.
Em “Spider-Man 2”, Peter Parker (Tobey Maguire) é de novo confrontado com diversas dúvidas existenciais sobre a sua vida, a sua relação com Mary Jane Watson (Kirsten Dunst) e a sua condição de super-herói. As coisas seriam mais fáceis se não existisse um poderoso vilão a atormentar a cidade; "Doc Ock" (Alfred Molina). Mas não só estes os problemas que Peter Parker encontra. O seu amigo Harry (James Franco) jurou matar o Homem-Aranha, não sabendo que este não passa de Peter.
Acção, drama, comédia e romance, são estes os ingredientes fantásticos que Sam Raimi “cozinhou” de forma magistral.
Mas quem melhor que os protagonistas para falarem desta obra?

Aqui ficam as palavras de Tobey Maguire, Kirsten Dunst e Avi Arad, o mega produtor por trás desta fita..


Que tipo de preparação executaram para desenvolver as vossas personagens em “Spider-Man 2”? Foi mais fácil protagonizar este filme que o anterior?

Tobey Maguire - É a mesma personagem do primeiro filme, numa altura diferente da vida. Muito é semelhante e preparei-me para ela especialmente a partir do guião e em conversas com o Sam Raimi, o realizador. Para onde quer o Peter levar a sua vida, o que é que se passa com ele, etc. Por isso, posso dizer que em termos de preparação da personagem, a maior parte dela veio das conversas com o Sam e da leitura frequente do guião. (...)
Foi mais fácil fazer o 2º Spider-Man que o 1º. Tinha mais experiência, já conhecia a personagem, as suas relações, já tinha feito algumas das acrobacias no primeiro e isso facilitou as coisas. As condições de executar algumas delas também foram melhores; os fios que me suspendiam...etc. Depois como já tinha feito muitas daquelas coisas no 1º, este segundo foi mais relaxante e confortável de fazer. Estava mais à vontade. Obviamente que tive de treinar muito e estar em forma, mas no geral foi mais acessível. Por outro lado, filmar durante 7 meses sequências bastante curtas é complicado e exaustivo, mas tudo fizemos para que esse tempo acabasse por ser bem passado.

Kirsten Dunst - Passaram três anos desde o primeiro filme e, pessoalmente, acho que mudei muito durante esse período. Aliás, todos nós, os que trabalhamos no filme, sentíamos que a Mary Jane também tinha crescido bastante . A Mary Jane está mais madura e muito mais frontal na sua maneira de confrontar a sua relação com Peter Parker.


A personagem de Mary Jane mudou bastante do primeiro filme para o segundo. Quais os principais pontos dessa mudança?

Kirsten Dunst - Bem, no primeiro filme a Mary Jane era uma jovem muito novinha e o Peter tomou uma decisão que nitidamente afectou a relação dos dois. Parte da Mary Jane mudou devido a essa mesma decisão. Ela era suficientemente insegura para ter de mudar após estes factos e neste segundo episódio ela aparece mais desafiante em relação ao Peter. Aceitou a sua decisão mas confronta-o com ela, é muito mais exigente.

Tobey, qual é a essência de Peter Parker e como abordaste a personagem?

Tobey Maguire - Como já disse, eu preparei-me muito antes do primeiro filme. Trabalhei com o Sam, li os primeiros quatro anos da banda desenhada e li esse período particular da história pois o Sam é um fervoroso fã. Como tal, achei que devia me esforçar ao máximo.
É complicado dizer como abordei a personagem. Eu não tenho nenhum truque, nem o Peter é como um cão que quer ser amado e respeitado, não é só isso. O Peter é um homem multi-dimensional. Por isso trabalhei muito a personagem, como já disse, a ler o guião vezes sem conta e discutindo a personagem com a Kirsten (Dunst), o James (Franco) e o Alfred (Molina). Esta aproximação (à personagem) não foi feita de forma objectiva pois estou tão dentro dela que, analiticamente falando, ela só poderia ser bastante pessoal. E assim saiu a personagem.


Como estiveram tanto tempo na pele das vossas personagens, por vezes não actuaram no dia-a-dia como elas, ou seja, não tiveram nenhuma crise de identidade? (risos)

Tobey Maguire - Ainda estou a recuperar. (risos)
Ele (Peter) está a chegar a uma idade em que se questiona de imensas coisas com que qualquer um de nós se identifica. Eu próprio me identifico com muitas dessas questões como: “Quem sou eu”, “Qual o sentido da minha vida”, “Será que faço as escolhas certas”. De qualquer maneira o Peter está num local diferente e em diferentes circunstâncias. Eu não me isolo tanto como ele e não tenho, naturalmente, tantos conflitos interiores como ele tem.


O Tobey recentemente afirmou que lhe parecia incrível que um filme fizesse tanto dinheiro em apenas 3 dias nos EUA (como “Spider-Man 2” fez). Disse isso porquê?

Tobey Maguire - Bem...é absolutamente incrível para mim fazer parte de um projecto que faz assim tanto dinheiro em tão pouco tempo. Lembro-me de há uns anos, antes de sair o primeiro Spider-Man, de ver as notícias e constatar que Harry Potter tinha feito 90 milhões de dólares no fim-de-semana de estreia. Só pensei... wow (...) é de loucos, é fantástico. Ainda por cima estava a filmar o primeiro filme. Na altura não pensava que uma película em que participasse pudesse fazer tanto dinheiro. É incrível (risos).

A vossa vida mudou muito desde que participaram em Spider-Man. Passaram a ser conhecidos em todo o lado e passaram de actores de primeira linha para actores super-estrelas. Como viveram pessoalmente essas mudanças?

Kirsten Dunst - A mim mudou bastante pois tenho consciência que muitas pessoas vão ver alguns filmes meus - por causa do meu papel em Spider-Man- que provavelmente não veriam caso eu não tivesse participado nesta saga. Sinto assim uma nova responsabilidade e um poder.

Tobey Maguire - A forma como a questão foi colocada pareceu-me mais do género “eu passei de bom actor a super-estrela (...) ou seja... já não sou um bom actor? (risos)”.
Bem é um pouco como a Kirsten disse, abriram-se novas oportunidades na indústria do cinema. É difícil dizer os efeitos exactos deste facto, mas sem dúvida que me dá mais reconhecimento e muito mais chances para certos papeis, o que é óptimo. Para além disso tenho muito orgulho nesta saga, especialmente este filme que acho fantástico e fico feliz em viajar por todo o mundo, promovendo um filme que acho realmente bom.


Gostava de saber quantos mais Spider-Man estão programados e se o elenco se mantém?

Kirsten Dunst - Nós vamos fazer um terceiro filme de certeza absoluta.

Tobey Maguire - Vamos fazer um terceiro filme mas esta é uma questão que deve ser melhor respondida pelo Avi, o homem forte por trás do Universo Marvel e de Spider-Man. E é uma resposta difícil de responder.

Avi Arad - O terceiro Spider-Man vai ser lançado em Maio de 2007 e esperamos que seja uma boa experiência como foram o 1º e 2º episódios da saga. Estamos felizes por ter o Tobey e a Kirsten de volta, temos uma boa história para contar e só depois pensamos no que virá, mas sem estes dois actores será muito difícil continuar.

Como será o 3º Spider-Man? Voltaremos a ver o Tobey Maguire em papeis de filmes independentes como “Cider House Rules”, ou vais combinar os dois tipos de cinema: mega produções e pequenas produções?

Tobey Maguire - Eu não escolho os filmes baseado no orçamento, tamanho da produção, marketing, quantas pessoas vão ver o filme. A minha decisão está mais ligada aquilo que acho do guião, se admiro o realizador e, ligado a isso, a paixão que ele tem pelo filme. Claro que também conta a paixão que eu também possa vir a ter. Nesse aspecto eu sinto o mesmo em relação a “Spider-Man”, “Cider House Rules” ou “Ice Storm”. Eu acreditava que com a equipa que se reuniu para fazer esta obra, se conseguiria fazer um trabalho muito pessoal, numa escala muito maior. Uma das coisas que realmente amo no cinema é poder fazer uma obra mediática como esta e ao mesmo tempo bastante pessoal. Fiquei muito contente por sentir isso neste filme.
Para além disso quero fazer todo o tipo de filmes. Pequenos, grandes, médios, filmes de terror, comédias, romances, dramas, o que calhar. Eu não discrimino desde que sinta a paixão pela obra como senti com “Spider-Man”


Avi, se tivesses de escolher entre ter mais óscares que o Titanic e fazer mais dinheiro que o mesmo, que escolhia?

Avi Arad - Boa questão (risos). Nós queremos tudo (risos). Primeiro quisemos fazer um filme melhor que o primeiro, que o elenco e equipa técnica se mantivesse e que todos aumentassem a “parada”. Se o filme não fosse tão bom como é, esta questão nem se colocava. Felizmente tivemos muito público e boas críticas, o que é recompensador para todo o trabalho que executamos. Em Fevereiro logo vemos se a Academia nos reconhece ou não, mas vai ser divertido de qualquer maneira.


Por: Jorge C. Pereira, no Press Junket em Madrid do filme “Spider-Man”

Fonte: http://www.c7nema.net